Já estamos de volta ao
Brasil, chegamos ontem à noite e o nosso passeio teve um fechamento com uma
chave do mais puro ouro.
Como o Xico dizia
durante a viagem, quando a gente pensava que já tinha visto o mais lindo e
sentido a maior emoção, ainda havia mais nos esperando.
No avião, sentada ao
meu lado, estava uma senhora mais senhora do que eu, que não parecia uma
turista. Falava um pouquinho de inglês e eu um pouquinho pouquíssimo, mas,
mesmo assim, conseguimos nos entender.
Contou que era
holandesa e que a viagem ao Brasil era a realização de um grande sonho. Estava
vindo para encontrar o filho que ela não via há quarenta e cinco anos. Sim, não
via o filho há quarenta e cinco anos!
Fiquei só tentando
imaginar como seria esta emoção...
Ela casou muito jovem,
teve o filho e divorciou-se. Quando ele tinha oito anos, não podendo
sustentá-lo, o menino foi entregue para adoção e ela nunca mais soube dele.
Há alguns anos, com a
ajuda de amigos, começou a procurá-lo na internet. E teve sucesso: ela o
encontrou!
Seu filho havia sido
adotado por um casal de holandeses, que o trouxeram para o Brasil. Hoje, mora
em Vera Cruz, no interior do Rio Grande do Sul, onde cresceu, casou com uma
brasileira, tem dois filhos e é padeiro.
Não preciso dizer a
vocês o quanto fiquei emocionada!
Nós duas choramos
juntas.
Apesar da dificuldade
de comunicação verbal, a comunicação pela emoção “falou mais alto”.
Na chegada, a
verificação do passaporte deles foi lenta. Ela ficou um pouco assustada e
segurou a minha mão.
Infelizmente, não sei
como dizer com palavras, tudo o que senti naquele momento. Quais seriam as
palavras certas? Solidariedade, carinho, afeto, medo, amor? Não
sei, qualquer uma delas não trás a sensação que eu senti de estar junto.
Mas, ainda havia ainda
uma emoção maior.
Fiquei afastada no
momento do encontro dos dois, mas não resisti e fiz uma foto, só uma.
Poucas vezes na vida vi
tanta felicidade como a daquela mãe e daquele filho se reencontrando!